DICAS IMPORTANTES SOBRE O ALEITAMENTO MATERNO

Por Simone Souza, enfermeira-chefe do Centro Obstétrico do Hospital Centenário e professora da Escola de Enfermagem da Paz


A amamentação é um ato de cidadania, um direito da mulher de amamentar e do bebê de ser amamentado. O aleitamento materno é segundo estudos de extrema importância para a saúde dos bebês.

Sua importância é tanta que a Semana do Aleitamento Materno, que acontece mundialmente de 1º a 7 de agosto, foi oficialmente estabelecida pela Organização Mundial da Saúde – OMS / UNICEF em 1992. A Organização Mundial da Saúde tem entre suas ações aquelas voltadas a saúde da criança, devido a grande preocupação com a mortalidade infantil.

Atualmente, a Semana do Aleitamento materno se tornou o movimento social mais difundido em defesa do aleitamento materno. É considerada um veículo para promoção da amamentação.

Amamentação é vida

Estudos científicos comprovam a importância do aleitamento materno exclusivo para a saúde dos bebês e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano um milhão e meio de mortes poderiam ser evitadas. Ainda conforme a OMS, o aleitamento exclusivo até os seis meses de vida reduz em duas vezes e meia os episódios de doenças, além de:

  • proporcionar uma nutrição superior e um ótimo crescimento,
  • fornecer água adequada para hidratação,
  • favorecer o vínculo afetivo e o desenvolvimento,
  • e proteger contra infecções e alergias.

Também entre os benefícios para o bebê podemos citar:

  • a proteção contra diabetes e câncer na infância,
  • a melhor resposta à vacinação,
  • a recuperação mais rápida nas doenças,
  • dá menos problemas ortodônticos e fonoaudiólogos associados ao uso de mamadeira, além de melhorar o desempenho em testes de QI.

Sem contar que a melhor saúde e nutrição resultam em melhor ambiente psicossocial e bem-estar, reduz os gastos com cuidados médicos e gera economia que pode ser revertida em outros benefícios para a família.

Composto por gordura, água, enzimas, açúcar, ferro, sais, vitaminas, proteínas e anticorpos, o leite materno está sempre na temperatura ideal, não estraga e não precisa ser misturado a nada. É considerado a primeira vacina para seu filho. Sendo assim, mães, é muito importante a amamentação exclusiva dos seus filhos até os seis meses com o leite materno. Após este período, pode-se complementar a amamentação com outros alimentos e podendo mantê-la até os dois anos de idade do filho.

Dicas para uma boa amamentação

Até aqui entendemos já que o leite materno é o melhor alimento que a mãe pode oferecer ao seu bebê. Porém, o sucesso do aleitamento às vezes depende de pequenos detalhes, como os cuidados com os seios, o tipo de sutiã e até a posição em que a criança mama.

Para uma boa e eficiente amamentação, deve haver uma boa “pega” do bebê ao seio materno e para isso aqui vão algumas dicas:

1. É preciso que a mãe esteja bem relaxada e em uma posição confortável. A escolha de ambientes mais tranquilos para amamentação também é uma boa. Muitas pessoas, barulho e movimento demasiados podem agitar a mãe e o bebê.

2. O bebê deve estar com roupas confortáveis, de preferência com braços e pernas livres, com corpo voltado para a mãe e cabeça alinhada com o corpo.

3. As mamas devem estar expostas e a mãe deve segurar a mama em forma de “C” (dedo polegar na parte superior e os outros 4 dedos na inferior) com cuidado para deixar a aréola livre e para não fazer forma de “tesoura”.

Atenção aos sinais de uma boa “pega”

pega correta amamentação

Existem sinais para verificarmos se houve uma boa “pega”, observe se:

  • a aréola foi em grande parte ou, quase toda, abocanhada (não deixar o bebê pegar só o mamilo, pois machuca o seio materno e não sai leite! O leite está “guardado” na aréola);
  • o queixo do bebê está tocando o seio;
  • a boca do bebê está bem aberta e seu lábio inferior está voltado para fora
  • e se a aréola está mais visível acima da boca do que a baixo.

O artigo originalmente publicado em Jornal VS – São Leopoldo, em 05/08/2016.



Aleitamento Materno


Como se preparar para amamentar?
A mulher se prepara para a amamentar ao mesmo tempo em que ela se prepara para a maternidade. A amamentação é um dos cuidados importantes para a mulher-mãe e seu bebê.
É muito importante que a mulher busque informações e também converse sobre amamentação com outras mulheres, com profissionais especializados em aleitamento materno e outras pessoas. Ela deve ficar atenta porque a experiência com a amamentação costuma ser diferente entre as mulheres, algumas passam por dificuldades iniciais, enquanto outras não encontram problemas.
A amamentação é muito influenciada pela condição emocional da mulher e pela sociedade em que ela vive. Por isso, o apoio do companheiro, da família, dos profissionais de saúde, enfim, de toda a sociedade é fundamental para que a amamentação ocorra sem complicações.
Todos devem se informar e tirar as dúvidas antes e durante a amamentação.

E o preparo dos seios?
Durante a gestação a natureza prepara o seio para a amamentação. Ocorrem modificações naturais (fisiológicas) no organismo da mulher desde a gestação, preparando para a fase da amamentação: as mamas ficam maiores, as aréolas (parte escura da mama) tornam-se mais escuras e resistentes pela ação dos hormônios.

O que fazer?
Se for possível exponha o seio ao sol da manhã (até 10 h) por 15 minutos e use sutiã confortável, preferindo o de algodão.

O que não fazer?
Não faça pressão sobre a mama para verificar se está saindo leite. Não utilize cremes e pomadas na parte escura da mama (aréola e mamilo).
O Leite Humano:

É a alimentação ideal para todas as crianças.
O leite humano por sua composição de nutrientes é considerado um alimento completo e suficiente para garantir o crescimento e desenvolvimento saudável do bebê durante os primeiros 2 anos de vida. É um alimento de fácil e rápida digestão, completamente assimilado pelo organismo infantil.

Mas o leite humano é muito mais do que isso...
Ele possui componentes e mecanismos capazes de proteger a criança de várias doenças.
É um simbiótico: uma fonte natural de lactobacilos, bífidobactérias e oligossacarídios.

Nenhum outro alimento oferece as características imunológicas do leite humano.
A mãe fornece ao filho componentes protetores, através da placenta e do seu leite, enquanto o sistema de defesa do bebê amadurece.

Além disso...
A amamentação favorece o vínculo mãe-filho e facilita o desenvolvimento emocional, cognitivo e do sistema nervoso.
O leite humano é um alimento inimitável devido a sua complexa composição e o único que pode ser oferecido direto de mãe para filho.

Por todos estes motivos...
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que as crianças sejam alimentadas exclusivamente com leite materno nos primeiros seis meses de vida e que, a partir de então, a amamentação seja mantida por dois anos ou mais, juntamente com o uso de alimentos complementares adequados.

A Primeira Mamada:
Momento de afeto entre a mãe e o bebê que os ajuda a alcançarem a amamentação ótima.
É indicado que ainda na sala de parto, nos primeiros minutos das primeiras horas de vida, aconteça a primeira ida ao seio materno. É nesse momento com o contato pele a pele, o toque suave do corpo do bebê sobre o da mãe e em especial sobre o peito, estimulam na mulher a liberação de um hormônio (ocitocina) começando assim a descida do leite e também a contração uterina.
O leite nos primeiros dias pós-parto é chamado de colostro. Nele os fatores que protegem contra doenças estão em grande quantidade, funcionando como a primeira vacina para o bebê.

O bebê tem hora certa para mamar?
Nos primeiros dias o bebê mama freqüentemente. O intervalo entre as mamadas costuma ser curto e irregular, porque o bebê está se adaptando e ainda suga lentamente.
Com a continuação da amamentação, o bebê começa a sugar com maior eficiência, retirando maior volume de leite. Isso fará com que o bebê fique satisfeito por mais tempo e, conseqüentemente, o intervalo entre mamadas será maior, seguindo o ritmo de cada criança. Porque cada uma tem o seu próprio ritmo e por isso não devemos marcar o tempo de duração da mamada.
Aos poucos a mulher vai conhecendo o seu bebê e percebendo o seu ritmo. Algumas crianças mamam das duas mamas a cada refeição, outras ficam satisfeitas mamando somente de uma.

Então, podemos dizer que a amamentação deve ser em livre demanda.
Livre demanda: quando a amamentação segue o ritmo do bebê, sem se preocupar em seguir horário e duração pré-determinados.


Quando termina a mamada?
O bebê é quem marca o tempo da mamada. Então, cada mamada termina quando o bebê para espontaneamente de mamar e solta o seio materno.
É muito importante que o bebê esvazie uma das mamas porque o leite do final da mamada contém maior quantidade de gordura, fazendo o bebê ganhar peso e ficar satisfeito.
Assim, em cada mamada o bebê pode sugar somente um dos seios e ficar satisfeito ou pode precisar sugar o outro seio também.


O leite do começo é diferente do leite do final da mamada?
Quando a mamada começa, o leite é rico em proteína, lactose, vitamina, minerais, água e muitos fatores de proteção. No final da mamada o leite contém mais gordura e por isso fornece mais energia e permite que o bebê fique satisfeito
Por este motivo é importante que a mamada não seja interrompida, caso contrário o bebê pode mamar pouco do leite do final.


O que fazer quando a mulher está com muito leite?
Quando a mulher produz muito leite, pode acontecer de o bebê não conseguir mamar o leite com mais gordura e isso influencia no seu ganho de peso. Neste caso a mulher deve retirar um pouco do leite antes da mamada, possibilitando que seu bebê receba também o leite mais gordo, com mais energia e se desenvolva satisfatoriamente.
A mulher não deve deixar a mama muito cheia de leite (ingurgitadas) porque o leite parado dentro da mama pode “empedrar”. Sempre que a mulher perceber os seios pesados, doloridos ou com nódulos endurecidos, é necessário fazer massagem e retirar o leite, evitando a dor e o desconforto que o ingurgitamento costuma provocar.
Leia sobre a massagem e retirada do leite clicando aquí.

Quando ocorre o ingurgitamento?
As mamas podem ficar endurecidas em torno do quarto dia pós-parto. É quando o leite desce em volume maior e o bebê não dá conta de mamar todo o leite produzido. É uma situação que perdura alguns dias onde a oferta (produção de leite) é maior do que a procura (necessidade do bebê) até que seja regularizada.
Nesse momento a mulher deve fazer massagem e retirar o excesso de leite, podendo doar o leite para o Banco de Leite Humano mais próximo de sua residência.
Consulte aquí o Banco de Leite Humano mais próximo de você.
Durante o período de amamentação, quando houver aumento da produção de leite ou quando o bebê mamar menos do que o habitual pode ocorrer acúmulo de leite nas mamas. Por isso, é aconselhável que a mulher realize massagem e retire o leite sempre que perceber que a mama está ficando muito cheia e endurecida.
Sempre que a mulher não conseguir fazer a massagem e retirar o seu leite, ela precisa procurar ajuda em um Banco de Leite Humano, Salas de Amamentação, Unidades Básicas de Saúde ou com um profissional (médico, enfermeiro, fonoaudiólogo, nutricionista, etc.) capacitado para essa ajuda.


Como segurar o bebê para amamentar?
Na amamentação é muito importante a forma que o bebê suga o peito, a pega (como chamamos) deve ser na aréola e não no mamilo (bico do peito). Por isso o tamanho ou forma do mamilo não tem influência e quando a pega é feita com o bebê abocanhando a aréola, o leite sai com facilidade.
Pega correta
Pega correta



 



Para ajudar ao bebê a ter uma pega correta, é importante o jeito como a mulher segura seu filho para amamentar.

O bebê precisa ficar de frente para ela (isto é, a barriga do bebê de frente para barriga da mãe) e também bem próximo ao peito. Para ficar próximo a mãe deve abraçar seu filho, envolve-lo com seus braços e sustenta-lo em seu colo e não em suas pernas.

Então, para facilitar ambos, mãe e filho, indicamos que seja colocado um travesseiro em cima das pernas da mãe onde ela poderá apoiar seu braço e ao mesmo tempo manter seu bebê ao colo e mamando.



A posição da mulher e do bebê na amamentação pode variar?
Sim, tanto a mulher quanto o bebê podem variar suas posições, mas é necessário que em qualquer posição o bebê esteja de frente para sua mãe (a barriga do bebê de frente para barriga da mãe), para favorecer que ele tenha uma pega correta.

A mulher pode estar sentada ou deitada;
A criança pode estar na posição mais tradicional ou em posição invertida;
Pode estar sentada em cavalinho ou deitada na cama com sua mãe.

O importante é que estejam confortáveis.



Como o leite humano é produzido?
Logo após o nascimento do bebê as mamas podem parecer vazias, mas estão produzindo o volume de leite que o bebê necessita. Após alguns dias, as mamas começam a ficar mais cheias, podendo ser necessário que a mulher retire um pouco do leite que está sobrando na mama.
Em geral, após as primeiras semanas, apesar de continuar a produzir o leite suficiente para o bebê, as mamas parecem menos cheias e ficam mais macias, parecidas como eram antes da gestação. Isto faz com que as mulheres pensem que não estão mais produzindo leite suficiente.
Mas estão produzindo sim. Nessa fase funciona a “lei da oferta e procura”: o leite é produzido de acordo com o que o bebê mama e a cada mamada.


Existe leite fraco?
Não. Toda mulher produz o leite adequado para o seu filho.

Fonte:http://www.redeblh.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=384

Sobre Aleitamento materno

© UNICEF/BRZ/Mila Petrillo
Estudos demonstram que o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida pode evitar, anualmente, mais de 1,3 milhão de mortes de crianças menores de 5 anos nos países em desenvolvimento (Lancet 2008). Os bebês até os seis meses não precisam de chás, sucos, outros leites, nem mesmo de água. Após essa idade, deverá ser dada alimentação complementar apropriada, mas a amamentação deve continuar até o segundo ano de vida da criança ou mais.
Amamentar os bebês imediatamente após o nascimento pode reduzir 22% a mortalidade neonatal – aquela que acontece até o 28º dia de vida – nos países em desenvolvimento. No Brasil, do total de mortes de crianças com menos de 1 ano, 69,3% ocorrem no período neonatal e 52,6%, na primeira semana de vida.
O aleitamento materno na primeira hora de vida é importante tanto para o bebê quanto para a mãe, pois, auxilia nas contrações uterinas, diminuindo o risco de hemorragia. E, além das questões de saúde, a amamentação fortalece o vínculo afetivo entre mãe e filho.
Para incentivar o aleitamento materno exclusivo e apoiar mães e famílias no cuidado com seus bebês, o UNICEF utiliza, no Brasil, o kit Família Brasileira Fortalecida e o álbumPromovendo o Aleitamento Materno, para que o município assegure o direito da gestante e do bebê ao aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida. Também incentiva hospitais e maternidades para que se tornem Hospitais Amigos da Criança, mudando condutas e rotinas responsáveis pelos altos índices de desmame precoce e promovendo a humanização do parto.
Amamentação garante saúde ao bebê e à mãe
Bebês que são amamentados ficam menos doentes e são mais bem nutridos do que aqueles que ingerem qualquer outro tipo de alimento.
Utilizar substitutos do leite materno, como fórmulas infantis ou leite de outros animais, pode ser um grande risco para a saúde do bebê. Isso ocorre principalmente quando os pais não podem comprar os substitutos na quantidade necessária ou quando a água que utilizam para preparar o alimento não é limpa o suficiente.
Quase todas as mães conseguem amamentar com sucesso. Aquelas que não possuem confiança para amamentar precisam do estímulo e do apoio prático do pai da criança, bem como da família e dos amigos. Agentes de saúde, organizações femininas, a mídia e os empregadores também podem oferecer o seu apoio.
Todos devem ter acesso às informações sobre os benefícios do aleitamento materno. É obrigação de cada governo fazer com que as pessoas tenham acesso a essas informações.
O que todas as famílias e comunidades devem saber sobre aleitamento materno



Fonte:http://www.unicef.org/brazil/pt/activities_10003.htm


Os Bancos de Leite Humano tem entre seus objetivos a promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Neste sentido, desenvolvem trabalho para auxiliar as mulheres-mães no período da amamentação, tendo profissionais qualificados para também orientar sobre a saúde da criança. 
    Conheça a Seção "Doação de Leite Humano" - clique aqui.
Consulte abaixo publicações que podem tirar algumas dúvidas sobre: amamentação, alimentação complementar, saúde do bebê, crescimento e desenvolvimento na infância e calendário básico de vacinação:



Amamentação sem Complicação



 

  



Caderneta de Saúde - menina - Ministério da Saúde, 2009.



Caderneta de Saúde - menino - Ministério da Saúde, 2009.

Fonte:Fonte:http://www.redeblh.fiocruz.br/
cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=384

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