O DESENVOLVIMENTO E OS RISCOS DO BEBÊ PREMATURO

O desenvolvimento do bebê prematuro

Bebês prematuros exigem cuidados especiais e seu desenvolvimento em relação à cronologia não deve ser comparado de igual para igual com outros bebês.

 Bebês prematuros são mais frágeis e exigem diversos cuidados especiais para que o seu desenvolvimento não seja prejudicado. Um bebê é considerado prematuro se nasce antes das 37 semanas de gestação.

Segundo a pediatra Maria Otilia Nunes Bianchi, prematuros que nascem com menos de 1,5Kg e/ou 32 semanas são considerados de maior risco para comprometimentos do desenvolvimento neurológico. Esses pequenos podem desenvolver várias complicações, como dificuldades respiratórias, sangramento intracraniano, infecções, perda rápida de calor, dificuldade para se alimentar, entre outros problemas que podem afetar negativamente o amadurecimento cerebral.
Bebê prematuro no colo da mamãe - Foto: hans engbers/ShutterStock.com
A formação do cérebro humano começa no início da vida do feto, porém, em muitos aspectos o desenvolvimento cerebral é longo e demorado. “Quanto mais novo é o bebê, menos desenvolvido é o cérebro, assim o risco de ter complicações e sequelas é maior”, explica a pediatra. Desta forma, quando o bebê é prematuro, o desenvolvimento cerebral que estava acontecendo dentro da barriga da mamãe sofre alterações de acordo com o estímulo que o bebê vai receber após o nascimento. Para que isso seja feito da melhor maneira possível, o prematuro deve ficar um tempo internado em unidades de tratamento intensivo.
Normalmente, os protocolos de atendimento neonatal se preocupam em manter rotinas que respeitem o horário de sono do bebê, o controle da luminosidade e o barulho, além da presença dos pais sem horário de visita para garantir mais conforto e evitar situações de stress durante a estadia do bebê no hospital.
Os pais devem ficar presentes o maior tempo possível, o contato com a pele faz o bebê criar laços afetivos primordiais para o seu desenvolvimento. É importante colocar as mãos no bebê para que ele sinta o estímulo, além disso, os pais devem ajudar nas trocas de fralda e auxiliar com o processo de alimentação.
Quando o pequenino for para casa, é muito importante que os pais continuem com os estímulos, conversem e cantem para o bebê, deem colo sempre que puderem e mantenham um ambiente confortável. Isso tudo representa o estímulo que eles precisam para manter o cérebro em desenvolvimento.
Aqueles bebês que apresentam complicações durante a internação devem ser acompanhados por uma equipe multidisciplinar, de acordo com suas necessidades e dificuldades. Normalmente, a equipe é formada por fisioterapeuta, neurologista, oftalmologista e fonoaudiólogo. Porém, a Dra. Maria Otília garante que grande parte dos prematuros são acompanhados apenas por pediatras, pois estes são capazes de avaliar as situações e encaminhar a outros especialistas quando necessário.
Ainda segundo a médica, o Brasil é o país campeão em cesarianas, por isso, a grande maioria dos bebês não nasce com as 40 semanas de gestação que são recomendadas e sim com 39 para menos. Para fazer a avaliação de um bebê prematuro, o médico deve ajustar a sua idade pós parto levando em consideração as semanas que faltariam para as 40 semanas completas. Este ajuste é chamado de “Idade Corrigida” e é avaliado de acordo com o desenvolvimento motor e psicológico do bebê.
A pediatra explica que um bebê nascido com 32 semanas de gestação (7 meses completos), ao ser avaliado por seu grau  de desenvolvimento físico e neurológico aos 4 meses de idade pós-parto, deve ter a sua idade corrigida para 2 meses. “O tempo que o bebê leva para amadurecer fora do útero como um bebê nascido de 40 semanas é levado em consideração quando fazemos o ajuste de idade corrigida”, diz.
Os prematuros saudáveis, que não se encaixam na faixa de idade e peso de alto risco são bebês que se estimulados de forma correta, não sofrem sequelas. Não se deve considerar que os prematuros estão atrasados em relação aos outros bebês, o cálculo da idade corrigida é muito importante, pois serve para fazer o ajuste correto para uma avaliação mais justa e adequada do bebê.

Fonte:http://www.desenvolvimentodobebe.com.br/o-desenvolvimento-do-bebe-prematuro/

Bebê prematuro: conheça os riscos


Dados de uma pesquisa realizada em 2010 pela Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, com apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Ministério da Saúde, mostrou que 11,7% dos partos no Brasil são prematuros, ou seja, acontecem com menos de 37 semanas de gestação. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o país está em décimo lugar no mundo, mesmo patamar de países de baixa renda.

Causas do parto prematuro

parto prematuro acontece por diversas razões, como pressão alta durante a gestação, rompimento da bolsa antes do previsto, anomalias no feto, infecções urinárias e genitais na gestante. Quem já teve um parto anterior prematuro também apresenta mais chances, assim como as mulheres com idade muito avançada ou muito baixa.
gestação de gêmeos é mais suscetível à prematuridade, especialmente por causa da distensão do útero para acomodar os fetos. Em todos os casos, fazer um bom pré-natal é essencial para evitar qualquer tipo de problema na hora do parto.

Riscos do parto prematuro

Nem todos os bebês prematuros precisam ficar internados. Tudo irá depender das condições de saúde no nascimento. Mas, por precaução, é importante que os casos de parto prematuro sejam realizados em hospitais que contem com uma unidade de UTI neonatal.
Um dos principais problemas é a dificuldade do bebê para respirar e o risco de contrair infecções. Eles também estão sujeitos a complicações que podem acompanhá-los por toda a vida, como déficit no crescimento e desenvolvimento.

Cuidados com o bebê prematuro

Não é à toa que esses pequeninos necessitam tanto de cuidados especiais. O  acompanhamento do prematuro exige uma equipe multiprofissional para prevenir futuras complicações. Isto porque o desenvolvimento dos sistemas nervoso, respiratório e digestivo da criança está incompleto no nascimento, e se conclui fora do útero. O bebê imaturo também possui mais dificuldade para regular a sua temperatura corporal devido à fina espessura de sua pele, sendo necessário ficar em incubadoras. "É comum, portanto, que os prematuros apresentem complicações respiratórias e neurológicas. Para diminuir o risco de sequelas, é preciso contar com profissionais bem treinados, de várias especialidades, um hospital qualificado, uma UTI capacitada com bons equipamentos, e, antes de tudo, a prevenção neonatal", destaca Ana Lucia Goulart.
Para Ana Lucia, muitos fatores que comumente levam ao parto prematuro são evitáveis ou contornáveis. Entre eles, estão a gravidez na adolescência, o tabagismo, o alcoolismo, a nutrição inadequada, o consumo de drogas, o estresse, e doenças como hipertensão e diabetes gestacional, que, se devidamente controladas, não oferecem riscos. "Outro fator freqüente é a infecção urinária, que é algo fácil de tratar, mas pode causar problemas se for ignorada", alerta a médica. Como visto, as causas da prematuridade variam. Há também aquelas que, embora não sejam preveníveis, podem ser diagnosticadas a tempo de evitar perigo, como alterações na placenta e insuficiência útero-placentária (quando o órgão feminino não consegue conter o feto). E o que pega muitas mamães de surpresa ainda é a ruptura precoce das membranas amnióticas. "Isso pode acontecer principalmente em pessoas que fizeram fertilização in vitro, ou nos casos de gestações múltiplas (de gêmeos)", esclarece Ana Lucia.
Sem respirar direito por si só e alimentando-se através de sonda, o prematuro custa a crescer. A internação na UTI pode durar vários meses, dependendo de sua saúde e desenvolvimento. A situação estressa e angustia a família, que convive com a expectativa de que o bebê vá logo para casa. Para os prematuros extremos, aqueles que nascem com menos de 30 semanas de gestação, é ainda mais complicado. "Depois de superar os problemas decorrentes do nascimento precoce, eles têm que ganhar peso até atingirem 2 kg, quando podem receber alta", explica Evanisa Arone. A professora Rosane Cavalcante, de 28 anos, esperou três meses e meio até que sua filha, Isadora, saísse da UTI: "Tive problemas com a gestação desde o início e sangrei muito por causa de uma placenta prévia (mal localizada). Quando achei que tudo estava bem, minha bolsa rompeu. Não foi possível segurar minha filha por mais tempo, e ela nasceu em abril de 2007, com 26 semanas. Foram três meses e 15 dias de internação e medo", conta.
Com muito cuidado e carinho
A filha de Rosane não era tão pequena para a sua idade gestacional - pesava 1,02 kg e media 37 cm - , mas, por ter nascido tão cedo, teve que enfrentar um período longo de internação para garantir sua saúde. Apesar de ter sofrido algumas complicações, não houve nenhuma seqüela. "Tinha dias que ela estava bem, e tinha outros que precisava de mais ajuda. No início, eu ficava muito apreensiva, saía do hospital arrasada... Depois fui conhecendo outros casos e vi que tinham pessoas que não conseguiriam levar seus filhos para casa. Foi o período mais difícil da minha vida, mas cresci como mãe e como mulher. Aprendi a valorizar pequenas coisas, pequenos gestos de carinho que fazem a diferença. Valeu a pena", diz a professora.
De fato, o amor e o carinho dispensados à criança neste momento podem fazer milagres. Quando não está passando por nenhum procedimento médico, teoricamente, os pais têm permissão para acompanhar o bebê de perto durante todos os dias da internação. O contato é essencial e muito estimulado pelos profissionais nesta fase. "A saúde do bebê não depende só da dedicação da equipe médica. Os pais podem e devem contribuir, com o olhar, o toque, os sussurros... O amor precisa ser expressado", acrescenta a enfermeira Evanisa Arone, que lembra que o risco muitas vezes possibilita o afastamento, o que é muito prejudicial aos pequenos. Rosane Cavalcante acredita que a aproximação foi decisiva para a recuperação de sua filha. "Eu ia todos os dias ao hospital, e chorava porque deixava meu outro filho, de dois anos. Mas eu tinha que ficar com ela, e o irmão entendia isso. Quando eu estava lá, colocava uma boneca musical para tocar, e a neném se acostumou tanto que até quando eu não estava, as enfermeiras tinham que ligar a boneca para ela parar de chorar", relata.
Um método de assistência neonatal que é bastante difundido é o "Mãe Canguru", que consiste em manter o bebê "amarrado" verticalmente ao corpo da mãe (ou do pai, ou mesmo outro parente próximo), na altura do peito, para reforçar o contato pele a pele e o vínculo familiar. A técnica é feita ainda no hospital, sendo continuada em casa, depois da alta. Além de demonstrar carinho e estabelecer maior apego, o "Mãe Canguru" proporciona maior segurança aos pais e à criança, e melhora o desenvolvimento do seu organismo e incentiva o aleitamento materno. Aliás, este último quesito é de extrema importância. "A amamentação é indispensável, principalmente no caso prematuros. Até atingir 1 kg e meio, o bebê ainda não consegue mamar no peito, mas o leite materno precisa fazer parte de sua alimentação. Depois que a criança já o recebe diretamente da mãe, a sucção e até a produção de leite podem estar comprometidas, mas devem ser estimuladas", recomenda a neonatologista Ana Lucia.
Fonte:http://www.bolsademulher.com/bebe/gravida/materia/bebe-prematuro-conheca-os-riscos

Comentários