PÓS-PARTO: O QUE MUDA NO SEU CORPO DA CABEÇA AOS PÉS, E SIS FOTOS QUE MOSTRAM A REALIDADE DISSO

 

(Foto: ilustração sobre foto da Getty images)

(Foto: ilustração sobre foto da Getty images)

Pós-parto: o que muda no seu corpo da cabeça aos pés

Entender o que muda no pós-parto ajuda a passar por essa fase sem tantas surpresas. Mapeamos algumas das principais transformações


O puerpério é marcado por uma nova revolução hormonal, que acontece depois da chegada do bebê, e por uma profunda reorganização física, emocional e psíquica. Tudo o que mudou para acomodar um novo ser humano dentro de você precisa se reorganizar para, aos poucos, voltar ao lugar. Com tanto trabalho, em tão pouco tempo, não é de se surpreender o estresse agudo e a influência no humor, o que torna mais difícil para a mãe se sentir tão feliz como, em tese, deveria estar. Como toda adaptação, o período pode ser complicado e precisa ser mais discutido.

Uma pesquisa realizada pela Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, Estados Unidos, acompanhou, por dois anos, mulheres no pós-parto. Para surpresa dos especialistas, eles descobriram que as mulheres, muitas vezes, não têm a menor ideia de possíveis mudanças e complicações no puerpério. Cerca de 50% delas, por exemplo, disseram sentir dores semanas depois do parto, sem saber por quê. Por aqui, também é assim. Por isso, o conhecimento e a compreensão do que ocorrerá no corpo é essencial para se relacionar com todas essas mudanças. “Seis meses depois do parto, eu ainda tenho uma barriguinha, mas a médica disse que o tempo do organismo para se recuperar é o tempo da gestação. A realidade é que o seu corpo vai mudar e não vai ser igual mesmo, mas existe uma indústria da beleza muito grande que causa mais males do que traz coisas boas nesse campo para as mulheres”, diz a geógrafa e doutoranda em planejamento urbano Priscila Rodrigues Fonseca Moura, 33 anos.

Para compreender melhor essa fase, conversamos com especialistas e fizemos um resumo do que muda, do fio de cabelo até os dedinhos dos pés. Afinal, fica mais fácil encarar os desafios quando a gente os conhece bem, não é?

Cabelos e unhas

Na gestação, os cabelos crescem mais, ficam brilhantes, sedosos e volumosos por causa da grande quantidade do hormônio estrógeno. Logo após o nascimento do bebê, isso muda para algumas mulheres. Em certos casos, a repentina baixa hormonal leva a uma queda dos fios bem mais intensa do que a perda considerada normal. As unhas também ficam quebradiças. Esse processo pode se acentuar para as que passaram por muito estresse no parto ou na volta para casa como bebê. A intensidade e a duração do problema variam. A perda capilar também pode estar associada a fatores como a baixa dos níveis de ferro no organismo (um risco se a mulher perdeu muito sangue no parto) ou alterações de tireoide. Por tudo isso, é aconselhável procurar o médico para avaliar o caso. A tendência é a perda dos fios diminuir à medida que organismo restaura o seu equilíbrio após a gestação. A pedagoga Jackeline de Oliveira, 35 anos, passou pelo problema. “Os fios começaram a cair na amamentação e os cabelos ficaram muito finos. Me assustei! Os médicos disseram que a queda podia estar associada à mudança hormonal e com a falta de minerais e vitaminas e indicaram suplementos vitamínicos. Meu cabelo só parou de cair e ficou mais forte em cerca de seis meses.”

CABELOS E UNHAS NO PÓS-PARTO (Foto: Getty Images)

Cabelos e unhas no pós-parto (Foto: Getty Images)

Olhos

A boa notícia é que a maioria das alterações oculares que podem aparecer na gestação deixam de existir no pós-parto. Elas são resultantes das mudanças hormonais e vasculares características da gravidez. As queixas mais comuns são o olho seco, que produz uma sensação de ardor e, às vezes, lacrimejamento. Pode haver também maior sensibilidade à luz por falta de lubrificação da córnea e mudanças na curvatura e espessura, o que pode alterar o grau de miopia e astigmatismo. Na maioria dos casos, tudo volta ao normal durante o puerpério. O ideal é visitar o oftalmologista nas primeiras semanas do pós-parto.

Fica o alerta: o surgimento de sintomas como visão embaçada ou pontos brilhantes na visão, flashes de luz ou moscas volantes (pequenas manchas que se movem no campo de visão) devem ser motivo de visita ao médico ou pronto atendimento, pois são sinais de quadros associados com a pressão alta que precisam ser controlados.

Visão pós-parto (Foto: Getty Images)

Visão pós-parto (Foto: Getty Images)

Boca

Durante a gestação, o aumento dos hormônios estrógeno e progesterona e a queda da imunidade facilitamos ataques de bactérias aos dentes e mucosas, entre elas a gengiva, levando ao sangramento, aparecimento de cáries e de inflamações. No puerpério, essa fragilidade persistirá até que o equilíbrio hormonal se restabeleça. Por isso, a melhor alternativa é reforçar os cuidados de higienização. Afinal, as cáries surgem por uma combinação da ação de micro-organismos com uma higiene deficiente.

Saúde bucal pós-parto (Foto: Getty Images)

Saúde bucal pós-parto (Foto: Getty Images)

Pele

Ela costuma recuperar as condições anteriores à gestação, com redução da oleosidade aumentada durante o período por ação hormonal. Outro aspecto é que, sob o poder do estrógeno, na gravidez, a pele tem mais elasticidade e hidratação. Quando ele diminui, deve-se garantir a hidratação interna, tomando muita água, e externa, com uso de cremes e óleos, até que o equilíbrio hormonal seja recomposto. Por causa dessas variações, as novas mães estão sujeitas à acne, que geralmente desaparece em seis a oito semanas, mas pode deixar cicatrizes. Nesse caso, é imprescindível buscar ajuda de um dermatologista e não usar produtos por conta própria, especialmente se estiver amamentando,pois alguns ativos são contraindicados nessa fase.

Entre os rastros deixados pela inundação hormonal da gestação está o aparecimento dos melasmas, uma hiperpigmentação da pele, com bordas irregulares, em geral no rosto. No pós-parto, espera-se que desapareçam em dois a três meses. Se não sumirem por completo, é aconselhável fazer acompanhamento com um médico e, claro, caprichar no uso de protetor solar.

As estrias não vão sumir, mas mudam de coloração, passando de avermelhadas a brancas ou nacaradas. Já a celulite, caracterizada por depósitos de gordura sob a pele comaparência de casca de laranja, tende a melhorar com a perda de peso e líquidos no pós-parto. Colocar o corpo em movimento, com a retomada de alguma atividade física, também ajuda.

Para as mulheres que fizeram cesárea, a marca da cicatriz deve clarear com o tempo. Aquelas com ascendência asiática e negra são mais predispostas à formação de queloides (marca volumosa de cicatrização) por causa da proliferação exagerada de células e fibras de colágeno para reparar o tecido. Evitar esforços no pós-operatório e fechar a região do corte com tiras de micropore e silicone ajuda. Em geral, tratamentos com laser para reduzir as cicatrizes podem ser feitos durante a amamentação. O uso de cremes clareadores precisa ser discutido com o dermatologista e obstetra.

SUA PELE DEPOIS DO PARTO  (Foto: Getty Images)

Sua pele depois do parto (Foto: Getty Images)

Seios

Se já estavam maiores na gestação, nos próximos três ou quatro dias após o parto crescerão ainda mais e ficarão mais doloridos. O motivo é a apojadura ou descida do leite. Nesse momento, mais uma vez, é importante deixar de lado as “fórmulas mágicas” e a ideia de que amamentar é simples. Na verdade, mãe e bebê estão se conhecendo e buscando um ponto de ajuste. Ela pode produzir mais ou menos leite do que a criança precisa, o filho precisa se esforçar e encontrar um jeito de mamar. Os mamilos podem doer, rachar. Se a mulher não estiver preparada para entender que essa descoberta faz parte do processo e que cada dupla mãe-bebê funciona de uma forma, pode ficar com a autoestima abalada, sentindo-se incapaz.

Uma das perguntas mais frequentes é se as mamas ficarão mais caídas depois da gestação. A resposta é sim para muitos casos. O aumento de volume causa uma distensão do ligamento suspensor da mama. Como um elástico, ele se retrai, mas não como antes. E mais – como as mamas são assimétricas, durante a amamentação pode haver maior diferença de tamanho entre elas.

Mais uma vez, o apoio familiar, de outras puérperas e de profissionais da saúde especialistas em amamentação (consultoras, fonoaudiólogas, psicólogas, pediatras, obstetras e enfermeiras obstétricas) pode atenuar a carga de sofrimento em relação a diferentes questões e, inclusive, ajudar a planejar o que fazer em relação às mamas mais para a frente.

seios pós-parto (Foto: Getty Images)

Seios no pós-parto (Foto: Getty Images)

Barriga

Muitas vezes, depois do parto, a impressão é de que persiste o inchaço por causa do abdômen distendido e da flacidez. Bem, não dá para esperar que todos os órgãos retornem rapidamente ao seu lugar. Em alguns casos, o volume aumentado pode estar associado à diástase (afastamento de mais de um centímetro entre o músculo reto abdominal direito e o esquerdo). Essa distensão muscular ocorre em toda gestação para abrir espaço para o bebê,mas afeta mais o corpo de algumas mulheres. Quase todas voltam ao normal, mas algumas vão precisar de fisioterapia e um pequeno número terá de recorrer à cirurgia. É importante lembrar que a expansão que levou meses para ocorrer não se reverte de uma hora para a outra.

barriga pós-parto (Foto: Getty Images)

Barriga no pós-parto (Foto: Getty Images)

A polêmica da cinta

Atualmente, o uso não é recomendado para nenhuma grávida ou mulher no pós-parto, a não ser em casos especiais, como a presença de diástase (distensão) abdominal muito grande ou hérnia umbilical. Diferentemente do que se acreditava, ela não ajuda a recuperação dos músculos, mas a retarda, ao evitar que eles se contraiam para sustentar o abdômen, aumentando a chance de atrofia. Há também uma corrente de especialistas que aconselha uma espécie de amarração com tecidos para dar sustentação nos primeiros dias após o parto.

Vale destacar que os obstetras não recomendam o uso da cinta. Se a paciente insistir muito, apesar da contraindicação, que seja por poucos dias depois do parto cesárea – e jamais fazer exercícios com ela. Além de travar a musculatura a ser mobilizada, potencializa as chances de sobrecarga de outros músculos.

A polêmica da cinta (Foto: Getty Images)

A polêmica da cinta (Foto: Getty Images)

Memória e atenção

Não lembrar nomes, esquecer compromissos e ter dificuldade de se concentrar é uma queixa frequente durante a gravidez e que continua no pós-parto. O fenômeno, conhecido como momnesia ou pregnancy brain (“cérebro de gravidez”, em tradução livre), foi confirmado recentemente por pesquisadores da Universidade Deakin, na Austrália, que analisaram 20 estudos selecionados sobre mudanças cognitivas durante a gestação, com impacto na memória e atenção. As conclusões do grupo, publicadas no Medical Jornal of Australia, indicam que essas alterações se tornam mais visíveis no terceiro trimestre. É sabido que a condição persiste e pode ser mais sentida no puerpério,quando a mulher precisa lidar com uma imensa quantidade de novas informações e funções. Além disso, há o cansaço, a privação de sono ou o descanso interrompido e de baixa qualidade, o início da amamentação e as mudanças hormonais.Nesse contexto, os primeiros dez dias podem ser os mais desafiadores para a qualidade da memória e alterações de humor. A tendência é os lapsos diminuírem à medida que o organismo recupera seu equilíbrio.

Do ponto de vista fisiológico, o aumento da quantidade de sangue e líquidos nas células durante a gravidez também parece influenciar a atividade de alguns circuitos neuronais do cérebro. Um estudo pioneiro feito por pesquisadores da Universidade Autónoma de Barcelona, na Espanha, em parceria com a Universidade de Leinden, na Holanda, descobriu a ocorrência de uma redução da massa cinzenta em algumas áreas do órgão, responsáveis pela interação social (áreas acionadas quando pensamos ou sentimos algo por alguém) durante e depois da gestação. Publicado pela revista científica Nature Neuroscience, o trabalho analisou ressonâncias magnéticas durante e até dois anos após o nascimento do bebê. Segundo os pesquisadores, essas mudanças não interferem na memória, mas reforçam a capacidade da mãe de se vincular à criança e de identificar as necessidades do bebê. Também ajudam a aumentar a sensibilidade para perceber ameaças e riscos em potencial à criança. Mais estudos são necessários para aprofundar essas descobertas.

Memória e atenção (Foto: Getty Images)

Memória e atenção (Foto: Getty Images)

A dança dos hormônios

Uma nova revolução hormonal ocorre no pós-parto. Ela comanda o organismo e interfere em emoções e comportamentos. A saída da placenta, um órgão produtor de hormônios muito potente, causa uma queda abrupta nas quantidades de estrógeno e progesterona, secretados em abundância durante a gravidez. Seus níveis só voltarão ao normal com o desmame. Nessa fase, a queda natural desses dois é sucedida pela subida da prolactina, o hormônio da amamentação. Os seios aumentam, a expectativa da amamentação é grande, o cansaço e a sonolência, também, o corpo ainda sente as dores que podem ter restado do parto. Com tudo isso, não é raro não se reconhecer e entrar em desespero. Ainda é nessa fase de maior fragilidade que pode se manifestar uma série de alterações psíquicas, que vão desde o baby blues puerperal, uma tristeza e melancolia profundas, mas passageiras, até casos de depressão, compulsão e outros transtornos.

A gerente comercial Sulamita Magalhães, 30 anos, vivenciou essas emoções. “Meu primeiro puerpério foi terrível. Meu marido, eu e minha filha choramos 30 dias. Senti coisas absurdas, como ter medo de andar sozinha de carro com a criança por temer que ela fosse roubada... Eu não estava preparada. A verdade é que as pessoas romantizam demais a maternidade e não se fala de problemas como esses abertamente. O que me ajudou foi ter lido, por sugestão de amigas, sobre a existência de baby blues, peito rachado e dificuldades de amamentação. Isso me permitiu entender que seria passageiro e suportar melhor, com a certeza de que acabaria.” Assim como no caso de Sulamita, contar com uma rede de apoio é essencial para enfrentar momentos difíceis como esse.

Hormônios pós-parto (Foto: Getty Images)

Hormônios no pós-parto (Foto: Getty Images)

Vitaminas: sim ou não?

Os médicos concordam que a suplementação com vitaminas e minerais (especialmente o ácido fólico e o ferro) é imprescindível no início da gestação, mas isso muda após o parto. No puerpério, a conduta dos especialistas é indicar multivitamínicos para quem está amamentando, porque o gasto energético é muito alto. Quem não amamenta passa por exames de rotina para avaliar os níveis sanguíneos de vitamina e outros parâmetros.

Vitaminas pós-parto (Foto: Getty Images)

Vitaminas pós-parto (Foto: Getty Images)

Circulação e varizes

É comum o maior volume de sangue circulante levar ao aumento do calibre das veias, dando a impressão de serem varizes. Porém, na maioria dos casos, elas voltam ao normal depois do parto, coma redução do inchaço.De qualquer maneira, a chance de varizes é maior nessa fase para as mulheres que têm familiares com o problema, pois seu aparecimento está relacionado à herança genética. Um dos fatores de risco para a sua manifestação é o aumento de peso e a pressão exercida pelo útero aumentado sobre as veias que promovem o retorno venoso das pernas. O mesmo mecanismo pode levar ao surgimento de varizes na vulva e no ânus, cuja tendência é desaparecerem no puerpério.

CIRCULAÇÃO E VARIZES DEPOIS DO PARTO (Foto: Getty Images)

Circulação e varizes depois do parto (Foto: Getty Images)

Quanto inchaço!

A saída do bebê, da placenta e do líquido amniótico permite que a mulher tenha uma redução de cinco a dez quilos nos primeiros dias do puerpério para quem teve parto normal. Na cesárea, há maior retenção de líquido e mais acúmulo por causa da quantidade de soro recebida. Por isso, a perda varia de cinco a sete quilos no mesmo período. Mais alguns serão eliminados pela urina e suor. Há também a reabsorção de líquidos uterinos. Pés e mãos também voltam às dimensões normais à medida que os tecidos param de reter líquidos. Eles incham mais no final da gravidez porque são extremidades e sofrem mais com as dificuldades de retorno venoso.

Os especialistas dizem que o corpo eliminará o excesso de líquidos de modo natural. Mas caminhada, exercícios e drenagem linfática ajudam a diminuir mais rapidamente.

Quanto inchaço! (Foto: Getty Images)

Quanto inchaço! (Foto: Getty Images)

Bexiga e intestino

Nos primeiros dias após o parto, o volume da urina cresce. A mudança está relacionada ao aumento da eliminação do líquido acumulado no organismo. Algumas mulheres podem enfrentar um período de dificuldade para conter a urina no puerpério, mas isso é considerado normal. Um dos motivos pode ser a demora da bexiga em se reposicionar corretamente após a saída do bebê e da placenta. Se o problema persistir após esse período, precisa ser investigado.

A sede aumenta muito após o parto e durante a amamentação. A sensação de que o corpo pede água está relacionada a um estado de desidratação mais ou menos intenso após a perda de líquido durante o parto e a eliminação e reabsorção no puerpério. É o momento certo para elevar bastante o consumo, tomando água, chás e sucos.Um bom parâmetro para saber se está ingerindo a quantidade certa é a cor da urina, que deve ser clarinha.

Quanto ao intestino, que pode ficar mais preguiçoso na gestação, seu funcionamento tende a ser normal – ou igual ao que era antes dela - se houver ingestão adequada de líquidos e de uma dieta adequada. Alimentos ricos em fibra e pastosos são boa opção. Um fator que pode dificultar o funcionamento intestinal é sentir vontade de ir ao banheiro, mas adiar porque está amamentando. Isso pode gerar constipação em algumas mulheres.

Bexiga e intestino (Foto: Getty Images)

Bexiga e intestino (Foto: Getty Images)

Vagina

Ela é um órgão extremamente elástico e que habitualmente volta ao seu estado normal em pouco tempo. Como é uma mucosa, durante a gestação fica embebida de líquidos por causa dos hormônios, com maior irrigação e coloração mais escura. Agora, com a redução hormonal súbita de estrógeno e progesterona e a subida da prolactina, pode ir de um extremo ao outro, apresentando uma leve atrofia e menor lubrificação. A pele também pode ficar mais ressecada e sujeita a irritações e rupturas. É o momento de usar mais lubrificantes para as relações sexuais, se necessário. A recuperação será mais lenta se a mulher sofreu laceração ou episiotomia, uma incisão na região do períneo (área muscular entre a vagina e o ânus). Se houve cortes na região vaginal, há necessidades de cuidados e a cicatrização normal pode levar cerca de 15 dias. Já os pontos de cesárea podem demorar 40 dias ou mais para cicatrizar. Vale lembrar que, no Brasil, a episiotomia ainda é usada desnecessariamente por muitos profissionais de saúde, mesmo sem autorização das pacientes; e que há uma verdadeira legião de obstetras que se posicionam contrários ao uso da técnica em qualquer circunstância.

Oscilações na vagina (Foto: Getty Images)

Oscilações na vagina (Foto: Getty Images)

Desejo sexual

Quando volta a vontade de transar? A cada dia, um conjunto mais amplo de estudos mostra que o desejo sexual é influenciado por uma porção de fatores além dos aspectos hormonais. Nesse campo, o hormônio que estimula a secreção do leite, a prolactina, inibe a retomada do estrógeno e das pitadas de testosterona fabricadas pelo organismo da mulher. Ambos estão associados ao desejo sexual. Essa desordem hormonal pode dificultar – mas não bloquear – a vontade da mulher de fazer sexo. O que os estudos mostram é a grande influência de fatores, como a vivência das mudanças no corpo durante o puerpério, a busca de entendimento dos seus novos papéis e funções (como a maternidade), a relação com o parceiro ou parceira e a qualidade do suporte recebido. Ainda que seja natural deixar o sexo no fim da lista de prioridades durante o puerpério, observe: se o desinteresse perdurar por muito mais tempo, busque ajuda em grupos de apoio e de especialistas para compreender a situação.

QUANDO VOU VOLTAR A TER VONTADE DE TRANSAR DEPOIS DO PARTO? (Foto: Getty Images)

Quando vou voltar a ter vontade de transar depois do parto? (Foto: Getty Images)


Fonte:https://revistacrescer.globo.com/Gravidez/noticia/2020/01/pos-parto-o-que-muda-no-seu-corpo-da-cabeca-aos-pes.html


6 fotos que mostram a realidade do pós-parto

Com o intuito encorajar as mulheres a aceitarem seu corpo após o parto, algumas mães postaram relatos emocionantes. Confira!



Foto pós-parto (Foto: Reprodução: Instagram)

Foto pós-parto (Foto: Reprodução: Instagram)

pós-parto é um momento de grande transformações para o corpo da mulher. Afinal, as mães geram uma ou mais vidas dentro de si! E isso é um grande feito. Apesar disso, muitos mulheres acabam se sentindo desconfortável com a sua aparência, após o nascimento dos filhos, seja por causa das estrias ou mesmo das cicatrizes. 

Com o intuito encorajar as mulheres a mostrarem seu corpo após o parto, algumas mães postaram fotos e relatos incríveis e sensíveis, que falam da realidade do pós-parto! Confira a seleção do Bored Panda. 

 1) 29 semanas após o parto

@sophiemayanne

Eu queria fazer isso para minha própria autoconfiança e para ajudar a aceitar minhas cicatrizes e minha nova vida. Além disso, gostaria de chamar a atenção para as doenças e complicações pós-parto. Ao dar à luz, tive uma insuficiência hepática repentina, devido a uma doença rara relacionada à gravidez. Tive que fazer um transplante de fígado de emergência e passei o primeiro mês de vida da minha filha longe dela em um hospital em Londres. Meu corpo mudou desde o parto. Perdi a maioria dos meus músculos por estar na cama de hospital por tanto tempo. Às vezes, minha cicatriz me lembra da cirurgia e da difícil recuperação que tive nos primeiros meses de minha filha. No entanto, também é um lembrete maravilhoso de como as outras pessoas podem ser generosas, porque sem a decisão de alguém de doar órgãos, eu não teria sobrevivido para estar aqui com minha família agora. 

29 semanas após o parto (Foto: Reprodução: Instagram)

29 semanas após o parto (Foto: Reprodução: Instagram)

2) "A Internet nos faz acreditar que as mulheres que dão à luz voltam imediatamente para suas calças jeans velhas"

@shaniciaboswell

A internet nos fará acreditar que as mulheres que dão à luz instantaneamente voltam a vestir seus jeans velhos. Duas semanas após o parto, pode ocorrer contrações uterinas, barriga inchada e hiperpigmentação. Mas, você ainda é linda, mãe. Um dia, você poderá vestir aquela lingerie de renda preta. Mas, por enquanto, saiba que você é a Mulher Maravilha. Não deixe ninguém fazer você se sentir diferente.

A Internet vai nos fazer acreditar que as mulheres dão à luz e voltar imediatamente para suas calças jeans velhas

A Internet vai nos fazer acreditar que as mulheres dão à luz e voltar imediatamente para suas calças jeans velhas" (Foto: Reprodução: Instagram )

3) "No Instagram, os corpos após o parto são perfeitos" 

@_jademadden

Os únicos corpos pós-parto que vejo no Instagram são os “perfeitos”, os que voltaram a usar tops e biquínis e jeans skinny uma semana após o nascimento do bebê. Levante as mãos se você tiver passado meses ou anos após o parto e ainda estiver usando seus jeans de maternidade ou tiver que comprar novos jeans, porque os antigos não cabem. Olha, não estou dizendo nada de ruim sobre essas mães com corpos perfeitos. Mas, não posso deixar de sentir uma pontada cada vez que vejo uma mãe com um corpo perfeito aparecer nas redes.. Eu sei que eles não postam essas fotos para fazer qualquer outra mãe se sentir mal com seu corpo, mas acho que é apenas uma reação normal de se ter. E isso me leva a pensar  por que não vemos outros corpos “normais” de mães no Instagram?  É por que o mundo não quer ver nada além da perfeição? Então, só quem tem essa imagem de perfeição sente que pode compartilhar seus corpos?  Será que ninguém mostra ou sente que pode mostrar qual é a verdade para milhões de mães por aí ??? Estou falando sobre os corpos com cicatrizes ou linhas vermelhas vívidas de estrias, aqueles com a pele solta e pendurada.  Onde estão essas mães? Eu sei que se eu visse uma barriga como esta aparecendo no meu feed sentiria que não estaria sozinha e que existem outras mulheres como eu. Antes do bebê, eu tive um "corpo perfeito" e você quer saber: eu nunca fui feliz, pelo menos não em comparação com o que sinto pelo meu corpo agora! Eu amo meu corpo. Estou postando meu corpo, porque não tenho vergonha! Como posso ter, se meu corpo me deu o melhor presente do mundo!

No Instagram, só vejo corpos perfeitos (Foto: Reprodução: Instagram )

No Instagram, só vejo corpos perfeitos (Foto: Reprodução: Instagram )

4) cinco semanas após o parto

@michelleparis.mitchell

Sem pressa, senhoras! Apenas estrias e um coração cheio de amor. Depois de 5 semanas, ainda pareço grávida de 4 meses e ainda estou um pouco dolorida por causa de uma cesariana de emergência. Tenho me alimentado bem e começarei tratamento em breve. As mulheres são incríveis e cada uma se recupera de maneira diferente, o que mais importa é aquela carinha fofa que chamamos de nossa. 

5 semanas após o parto (Foto: Reprodução: Instagram )

5 semanas após o parto (Foto: Reprodução: Instagram )

5) Abrace suas falhas 

@lo_ki_smitten

Tantas mulheres me disseram que eu era muito magra para ter tido cinco filhos. Na maioria das vezes, eu simplesmente ria e atribuía isso à genética. Mas, você sempre pode perder peso, mas todas essas estrias são permanentes. Comprei todos os cremes, óleos e sabonetes na esperança de um dia me livrar delas. Aprender a me amar foi uma jornada. Uma pergunta difícil, especialmente quando a sociedade te rotula, como você tivesse escolhido que sua pele literalmente rasgasse e formasse estrias permanentes. Ontem, recebi esse colar pelo correio. Fiquei animada. Tenho trabalhado para me adornar e me fornecer o maior amor e carinho. Decidi compartilhar meu entusiasmo com alguém e a resposta que recebi não era esperada. “É como se você deixasse as pessoas verem sua barriga de qualquer maneira”. A resposta imediata foi de mágoa e raiva, porque claramente isso é difícil para mim. Eu chorei. Eu preparei um banho, acendi algumas velas e apenas sentei lá. Depois de algumas horas, tomei uma decisão. Abrace suas falhas.

Abrace suas falhas  (Foto: Reprodução: Instagram )

Abrace suas falhas (Foto: Reprodução: Instagram )

56)  Eu me sentia nervosa, mas com poderes para compartilhar com o mundo uma parte de mim mesma que havia escondido

@sereneradianceyoga

Esta foto da minha barriga se tornou viral há quase 3 anos. Eu me sentia nervosa, mas com poder para compartilhar com o mundo uma parte de mim mesma, que escondi das pessoas que eu gosto. Eu estava finalmente me permitindo existir. Que belo presente para ser dado.

Foto pós-parto (Foto: Reprodução: Instagram)

"Eu me sentia nervosa, mas com poderes para compartilhar com o mundo uma parte de mim mesma que havia escondido" (Foto: Reprodução: Instagram)


Fonte:https://revistacrescer.globo.com/Gravidez/noticia/2020/10/6-fotos-que-mostram-realidade-do-pos-parto.html

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